terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vergonha de país!

Agora mesmo, à porta do supermercado aqui ao fundo das minhas escadas, um homem esquálido, de roupas escassas, encostado à ombreira da porta, exibia na mão alguns sacos de plástico abertos. Não pedia, não os impunha às pessoas, como aqueles voluntários que costumam estar nas entradas dos hipermercados, mal se dava por ele, ali, com todos os sacos amarrotados e vazios.
Com o meu filho pela mão, em ...busca de lugumes para a sopa do jantar, temi perguntar. Meio a medo, meio envergonhada, fui recolhendo mais alguns produtos do que aqueles que procurava e expliquei ao pequeno rapazinho curioso que talvez aquele senhor que estava à porta, precisasse de uma pequena ajuda nossa.
À saída, temendo não sei bem o quê, perguntei ao homem da porta se precisava de ajuda e, sem esperar resposta, estendi-lhe um saco.
Sorriu-me num sorriso só de ossos, desejou sorte e bom natal.
A caminho do elevador o meu filho disse-me, "Fizemos uma boa acção hoje, mãe"
Não filho, não fizemos. Uma boa acção só fará quem fizer com que ninguém precise nunca mais de pedir comida na porta de um supermercado. Se calhar, nós só adiamos a hipótese dessa boa acção acontecer mais rapidamente.
Merda para isto pá! Senhores governantes passados e presentes, já me estragaram mais um dia!
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