quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobre o caso da professora de Espinho...

Isabel Stilwell escreveu hoje no seu editorial no Destak, que a posição da FENPROF sobre o caso de Espinho era assustadora e que o corporativismo era a maior injustiça para milhares de professores.
Isabel Stilwell é assumidamente snob e dela não se espera simpatia pela FENPROF; espera-se contudo, enquanto jornalista, que seja exacta nas suas afirmações.
Ora, a posição da FENPROF, embora não escrita (ainda), não tem nada do teor que a jornalista lhe quer imputar. Sobre o assunto já se pronunciou Mário Nogueira e outros dirigentes do Secretariado Nacional. Todos eles no mesmo sentido.
O Mário Nogueira, ao ter conhecimento desta afirmação no Destak, escreveu a Isabel Stilwell. É essa missiva, que no fundo mais não é do que a posição da FENPROF, que aqui publico.
Aviso já que a publico com a autorização expressa do Mário ( ainda bem que a campanha eleitoral passou pois assim já não estou sujeita a insultos por me estar a "colar" à imagem da marca de prestígio...)

Dr.ª Isabel Stilwell,

Chamaram-me a atenção para a nota final do seu editorial de hoje que fui ler. Refere que a posição da FENPROF, sobre o que se passou em Espinho, é assustadora. Sinceramente, não dizendo qual a razão de expressar essa opinião e considerando que a posição da FENPROF é um caso de corporativismo, ficamos todos sem saber ao que realmente se refere.

O que eu mesmo tenho afirmado é que o caso, sendo uma excepção, não pode passar em claro. Deve ser punido e não se deve ser brando no que não merece que se seja brando, nem exagerado, mas ajustado na punição. Em suma, foi o que disse, deve avançar o necessário processo de investigação, ser instaurado o processo disciplinar e serem aplicadas as penas previstas na lei. Disse mais, que se o caso se situar no âmbito criminal, deverá passar-se do foro meramente disciplinar para o judicial. E estive de acordo com a suspensão da professora, por achar que defende todos: os alunos, a escola, a docente. Agora o que não fiz foi um julgamento prévio. Condeno o que vi, mas entendo que, como em qualquer situação, o prevaricador merece um “julgamento” justo em que se possa defender, em que possam ser avaliados os seus antecedentes, em que possa ser avaliada a sua situação do ponto de vista psicológico ou mesmo psiquiátrico. Não deverá ser assim? Tanto quanto sei, até o maior criminoso tem direito a defender-se; tanto quanto sei, nem mesmo quando é arguido o sujeito se transformou em culpado e é condenado (os políticos gostam muito de lembrar isto). Tanto quanto sei, a gravação não faz prova em Tribunal, embora eu não compreenda as razões quando se prova a autenticidade da mesma.

Claro que também disse que a árvore não faz a floresta e que o caso, sendo reprovável e condenável, não vem transformar os professores e a classe docente em profissionais que, no seu dia a dia profissional, agem assim. É um caso, mas se fossem 150, o que seria alarmante, mesmo assim estávamos a falar de 0,1%, isto é 99,9% dos profissionais não eram daquele tipo nem tinham tais atitudes, tal discurso, tal forma de exercer a profissão.

Eu tive até a preocupação de referir que me parecia que estavam a ser ultrapassados os limites da ética, da moral e da deontologia profissional e isso não poderia passar em claro. É claro que falei para muitos órgãos de comunicação social e não sei o que eles passaram do que afirmei, mas não é menos verdade que a nota final que hoje acrescentou ao seu editorial é injusta e não se adequa à que tem de facto sido a posição da FENPROF sobre este, como outros casos. Excepto, claro, se se considerar – o que penso não ser o caso – que distinguir uma excepção da regra tem algo de corporativo. Se assim for, não irei mudar a minha opinião, porque acho mesmo que a esmagadora maioria dos docentes, ao ponto de dizer a classe docente, apesar de tão atacada por este governo e pela sua equipa para a Educação, soube sempre manter uma atitude de grande profissionalismo e competência e foi isso, sobretudo isso, que fez com que, apesar de termos tido um ano tão complicado na Educação, as coisas acabassem por correr dentro da normalidade possível. Foi essa atitude que levou os professores, por exemplo, a promoverem as suas grandes manifestações nacionais aos sábados e as regionais à noite… é assim a classe docente, é assim a esmagadora maioria dos professores… é por isso que me orgulho tanto de pertencer a este grupo profissional que me sinto honrado por lhe poder dar voz… Um grupo que, apesar de tão massacrado e constantemente atacado, mantém a coluna vertebral/profissional intacta… E isso é raro…

Com os melhores cumprimentos,

Mário Nogueira (Secretário-Geral da FENPROF).

2 comentários:

Anónimo disse...

DE FActo è Aterrador O que este senhor diz , palavra atrás de palavra , não conhece nada do caso , e não quer que o caso se pegue, entendê-lo podia ser lepra !
Agora podia a jornalista escrever , que eu compreendia que era medonho !
_______ JGRT

AnaLee disse...

Anónimo, afinal o que é que não percebeu no discurso?