quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um Bom Ano de 2010!!!




E parece que ainda há dias andavamos todos em ânsias por causa da viragem do milénio e do fim do mundo, e do bug informático...
Passaram dez anos como quem estala os dedos, ou é impressão minha?

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jon & Richie - Thank You For Loving Me (acoustic live)




Jon Bon Jovi e Richie Samora

Ternura, de David Mourão-Ferreira



Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"

Fausto, Porque não me vês?




Por favor, ouvir apenas. O vídeo é péssimo!

domingo, 27 de dezembro de 2009

So Long...

Quem se deixa iludir?


Ali prostrada, sem saber o que fazer às mãos, demorava a perceber a causa daquela mágoa.

Não era só o fim que lhe doía, sempre soubera que ele chegaria mais cedo ou mais tarde, ambos tinham consciência que aquela era uma relação só com presente.

Tão pouco era a ausência; os tempos que partilharam, foram sempre recheados de distância e de silêncio. Aquela ausência que se impõe a certas relações feitas de gente a mais, e não apenas dos dois imprescindíveis.

Tinha construído dele uma imagem intangível: um homem de perfil quixotesco, um esteio de carácter, uma alma enorme, um reduto de valores.

Admirava-lhe a serenidade, a força com que parecia enfrentar as rasteiras da vida. Bebia-lhe o sentido de humor, venerava-lhe a experiência .

Construíra-o imenso e intocável, e amara essa figura como nunca havia amado ninguém.

Quando chegaram por sms aquelas duas frases vulgares e pouco verdadeiras, sentiu algo estalar dentro de si. Afinal, aquele homem que construíra, jamais acabaria uma relação como quem amachuca uma folha de papel sem préstimo. Ainda por cima mentindo.

De repente, uma ânsia de vómito fê-la ajoelhar na sanita.

Demorava a entender que a pior desilusão é aquela que assassina sem apelo nem agravo as imagens que construímos dos outros.
Poderia ter escolhido qualquer meio para lhe dizer que chegara ao fim aquele caso deles. Só não podia ter-lhe provado com duas frases, que era um miserável cobarde e mentiroso. Jamais lhe perdoaria ter desfeito num estalar de dedos, a imagem que de si guardava com tanta doçura. Jamais lhe perdoaria ter-lhe feito ver que se enganara.
Só se desilude quem se deixa iludir e era essa certeza que a apunhalava, a certeza de que fora crédula e pouco previdente.

Deixaria aquela prostração se lhe pudesse dizer:

- Afinal não és quem eu pensei, és apenas um merdas. Podes ir, não farás falta !

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Elvis Presley LIVE (It's Now or Never)




It's now or never,
come hold me tight
Kiss me my darling,
be mine tonight
Tomorrow will be too late,
it's now or never
My love won't wait.

When I first saw you
with your smile so tender
My heart was captured,
my soul surrendered
I'd spend a lifetime
waiting for the right time
Now that your near
the time is here at last.

It's now or never,
come hold me tight
Kiss me my darling,
be mine tonight
Tomorrow will be too late,
it's now or never
My love won't wait.

Just like a willow,
we would cry an ocean
If we lost true love
and sweet devotion
Your lips excite me,
let your arms invite me
For who knows when
we'll meet again this way

It's now or never,
come hold me tight
Kiss me my darling,
be mine tonight
Tomorrow will be too late,
it's now or never
My love won't wait.

Sextina ( Um poema de Manuel Alegre)


Sextina

Tanto de amor se disse que não sei
Como dizer que amor é outra coisa
Que nem só o teu corpo me fez rei
Nem tua alma só me deu a rosa
Tanto se disse menos o dizer
Esta paixão que é de todo o ser

E ao fim do ser ainda a outra coisa
Mais do que corpo e alma e ser não ser
Como entre vida e morte e sexo e rosa
Um morrer e um nascer. Como dizer
Este reino em que sou o servo e o rei
Como dizer se tanto e ainda não sei

Como dizer este Elsenor sem rei
Se tanto disse menos o dizer
Esta paixão que sabe o que não sei
Em Elsenor de ser e de não ser
Senão que amor ainda é outra coisa
Como entre o corpo e a morte o anjo e a rosa

Como dizer do sexo a alma e a rosa
Se amor é mais que ter e mais que ser
Um morrer ou nascer ou outra coisa
Entre a vida e a morte e um não dizer
Senão que disse tanto e ainda não sei
Como dizer de amor se servo ou rei

Se disse tanto menos o dizer
Esta paixão da alma que não sei
Se é o sexo ou seu anjo ou só o ser
Entre a vida e a morte o breve rei
Deste reino que fica à beira-rosa
Do teu corpo onde amor é outra coisa

Como dizer de amor ser e não ser
Se amor mais do que amor é outra coisa
Mais do que ser e ter mais que dizer
Um morrer e nascer entre anjo e rosa
Ou entre o corpo e a alma o servo e o rei
Como dizer se tanto e ainda não sei

Manuel Alegre, in "Chegar Aqui"

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ausência


Quero dizer-te uma coisa simples: a tua

ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não

magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,

por isso, de deixar alguns sinais - um peso

nos olhos, no lugar da tua imagem, e

um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes

tivessem roubado o tacto. São estas as formas

do amor, podia dizer-te; e acrescentar que

as coisas simples também podem ser

complicadas, quando nos damos conta da

diferença entre o sonho e a realidade. porém,

é o sonho que me traz a tua memória; e a

realidade aproxima-me de ti, agora que

os dias correm mais depressa, e as palavras

ficam presas numa refracção de instatntes,

quando a tua voz me chama de dentro de

mim - e me faz responder-te uma coisa simples,

como dizer que a tua ausência me dói.


Nuno Júdice in Pedro lembrando Inês

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

São Paio da Torreira



Uma foto do Albino Madaíl. Maravilhosa, como sempre! Um abraço eterno de agradecimento por me deixar partilhar a sua arte!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Rod Stewart - Everything I Own



ROD STEWART - Everything I Own



You sheltered me from harm
Kept me warm, kept me warm
You gave my life to me
Set me free, set me free
The finest years I ever knew
Were all the years I had with you

I would give anything I own
Give up me life, my heart, my home
I would give everything I own
Just to have you back again

You taught me how to love
What its of, what its of
You never said too much
But still you showed the way
And I knew from watching you
Nobody else could ever know
The part of me that can't let go

I would give anything I own
Give up me life, my heart, my home
I would give everything I own
Just to have you back again

Is there someone you know
You're loving them so
But taking them all for granted
You may lose them one day
Someone takes them away
And they don't hear the words you long to say

I would give anything I own
Give up me life, my heart, my home
I would give everything I own
Just to have you back again

Ana Moura, Os Búzios

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Compromisso...





Maravilhosa a sensação que este vídeo passa, de prazer total naquilo que fazem!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sheryl Crow, Hallelujah




Já ouvi versões melhores...

Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Plenários de Professores na área do SPGL

Não queiras saber de mim, Rui Veloso e Mariza

Fado da Saudade, Carlos do Carmo

Saudade

Saudade

Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.

Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.

Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.

Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...

Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Zizi e Luísa Possi, Haja o que houver







Este vídeo não tem nenhuma qualidade, mas quero que o meu amigo Jorge Carvalheira tire as dúvidas sobre as Possi!

Poema em linha recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão - princípe - todos eles princípes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó princípes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?

Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Além do Arco Iris...

Haja o que houver

Haja o que houver, eu estou aqui
Haja o que houver, espero por ti

Volta no vento ó meu amor
Volta depressa, por favor

Há quanto tempo ja esqueci
Porque fiquei longe de ti

Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei
Quem és para mim
Haja o que houver
Espero por ti

Há quanto tempo ja esqueci
Porque fiquei longe de ti

Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei
Quem és para mim
Haja o que houver
Espero por ti

Eu sei, eu sei
Quem és para mim
Haja o que houver
Espero por ti

Pedro Ayres Magalhães

Desejos de Natal...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009