Conta-me que tinha dez anos quando o conheceu e se apaixonou, conduzia ele um desportivo descapotável e ela perseguia-lhe os arranques, na sua bicicleta.
Já adolescente, quinze anos feitos, passeava os cães da família e encontravam-se furtivamente, dando largas ao envolvimento.
Ambos casaram, ela uns anos depois dele e também para tentar esquecer. Passaram algum tempo, curto, afastados. Mas ela foi casar na igreja mais próxima da casa onde ele vivia com a família.
No relato não ficou claro quando, onde, como tudo recomeçou. Mas recomeçou, exactamente do ponto onde tinha ficado. Ele divorciou-se e recomeçou outra relação. Ela manteve o casamento e nunca se afastaram.
É mulher, mãe, sogra e deseja em breve ser avó, mas é ele que continua a ser o amor da sua vida.
Que inveja de um amor assim! Ou não? Porque é que fazemos isto a nós próprios?
6 comentários:
Esta tua história faz-me lembrar um livro do Garcia Marques: "Amor em tempos de cólera". Esses amores têm tanto de libertador como de aprisionamento. São magnificamente intensos mas podem ser lamentavelmente corrosivos... Rien n'est parfait...
Pois é, mas a pergunta permanece, não achas?
Sim mantém-se. E precisamos ter consciência de que, para além da nossa, há tantas respostas quantas pessoas responderem... Ou seja, aquilo que temos na mente como uma resposta possível, é só isso mesmo e não "a" resposta...
Hum, não sei. Há-de haver um esteio qualquer nestas coisas, um tronco que seja comum a todas as situações, há-de haver uma resposta, nem que seja do foro da psiquiatria!
Já agora, parabéns pelo retorno dos mails para a tua irmã.
Muito obrigado. Estou preocupado. Já viste que nestes comentários reduzimos a explicação da irracionalidade e da pujança amorosa a "um tronco comum do foro da psiquiatria"!? hihihi... Dá que pensar!
Reduzimos não, reduzi! Que tu és um tipo muito mais poético que eu e não liquidas assim os assuntos!
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