E ela perguntou "porque me amas"?
Se sou escura, noite e temporal,
Se sou rocha, pedra dura, erva daninha,
Escarpa que rasga e fere a paisagem?
- Se te amo, disse ele, é porque breve é a noite se tu estás,
Temporal és por um segundo,
E de toda a beleza do mundo,
Só a rocha permanece fiel na paisagem.
- Porque me queres, se a querer-te isso me leva?
Questionou-o com os olhos rasos de água.
Se sou momento e não permanente,
Se sou chama, fogo-fátuo,
Se sou margem e não centro?
Ele, olhando-lhe os olhos, chorando-lhe as mágoas:
- Quero-te, porque sem ti longos são os dias, e neles morro,
Porque eterna és em mim, e em mim guardo os momentos,
Que em ti respiro,
Que em ti eu vivo,
Que em ti repouso.
(Autor desconhecido)
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