Porque todos vemos o mesmo de forma diferente, partilhar enriquece cada um de nós!
terça-feira, 30 de junho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Aposentação de Docentes em Regime de Monodocência
O Projecto de Lei n.º 764/X aplica-se aos educadores de infância e professores do 1.º ciclo do ensino básico do ensino público em regime de monodocência que, em 31 de Dezembro de 1989, tivessem 13 ou mais anos de serviço docente.
A aprovação desta Lei, que entra em vigor no primeiro dia útil do mês seguinte ao da publicação em Diário da República:
a) esclarece que todos os docentes abrangidos se possam aposentar ao perfazer 32 anos de serviço e 52 de idade;
b) impede, futuramente, a Caixa Geral de Aposentações de recusar a aposentação a quem reúna essas condições (num curto espaço de tempo a CGA indeferiu cerca de duas centenas de pedidos!);
c) vem dar razão ao SPGL que há muito tempo assegurava que esta era a interpretação da lei.
O Projecto de Lei n.º 663/X aplica-se aos educadores de infância e professores do 1.º ciclo do ensino básico do ensino público em regime de monodocência que concluíram o curso de magistério primário e educação de infância em 1975 e 1976 e que não tenham 13 anos de serviço docente em 1989.
A aprovação desta Lei, que entra em vigor com o Orçamento do Estado para 2010, possibilita que estes docentes:
a) se possam aposentar ao perfazer 57 anos de idade e 34 anos de serviço docente , considerando-se como carreira completa 34 anos de serviço;
b) por cada ano de serviço além dos 34 anos beneficiem da bonificação de 6 meses na idade, até ao limite máximo de 2 anos; (ex: podem aposentar-se, sem penalização, com 36 anos de serviço e 56 de idade)
c) possam antecipar a aposentação para os 55 anos de idade com penalização de 4,5% por cada ano que falte para a idade legal de aposentação. (ex: com 55 anos de idade e 34 de serviço sofrem uma penalização de 9%).
Há muito que o SPGL vem defendendo a necessidade de rever o actual regime de aposentação e de alterar o Decreto-Lei n.º 229/2005, de 29 de Dezembro por considerar que é injusto, inadequado e conter grandes disparidades que levam à existência de situações verdadeiramente absurdas. A aprovação desta Lei vem reforçar essa exigência.
A Direcção do SPGL
domingo, 28 de junho de 2009
Leva-me longe, meu suspiro fundo
Além do que deseja e que começa,
Lá muito longe, onde o viver se esqueça
Das formas metafísicas do mundo.
Aí que o meu sentir vago e profundo
O seu lugar exterior conheça,
Aí durma em fim, aí enfim faleça
O cintilar do espírito fecundo.
Aí ... mas de que serve imaginar
Regiões onde o sonho é verdadeiro
Ou terras para o ser atormentar ?
É elevar demais a aspiração,
E, falhado esse sonho derradeiro,
Encontrar mais vazio o coração.
sábado, 27 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson morreu!?!
Aqui a confirmação.
Para lá de tudo o que veio depois, lembro apenas um ícone da minha juventude.
E a verdade é que a música agradava!
Fica a homenagem.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Uns versos quaisquer
Vive um momento com saudade dele
Já ao vivê-lo . . .
Barcas vazias, sempre nos impele
Como a um solto cabelo
Um vento para longe, e não sabemos,
Ao viver, que sentimos ou queremos . . .
Demo-nos pois a consciência disto
Como de um lago
Posto em paisagens de torpor mortiço
Sob um céu ermo e vago,
E que nossa consciência de nós seja
Uma cousa que nada já deseja . . .
Assim idênticos à hora toda
Em seu pleno sabor,
Nossa vida será nossa anteboda:
Não nós, mas uma cor,
Um perfume, um meneio de arvoredo,
E a morte não virá nem tarde ou cedo . . .
Porque o que importa é que já nada importe . . .
Nada nos vale
Que se debruce sobre nós a Sorte,
Ou, tênue e longe, cale
Seus gestos . . . Tudo é o mesmo . . . Eis o momento . . .
Sejamo-lo . . . Pra quê o pensamento? . . .
Fernando Pessoa
terça-feira, 23 de junho de 2009
Ainda sobre o São João
Às vezes, quando por qualquer razão ouço um tema desse tempo no rádio do carro ou num programa de televisão, fico sempre surpreendida por ainda saber a letra sem tropeções de maior.
Por alturas de S. João, bem longe do Porto, talvez empurrada pela saudade e nostalgia, a minha mãe cantava semanas a fio este tema.
Hoje, ao publicar o post anterior, lembrei-me da canção; palavra que pensei que não a conseguiria encontrar a não ser num vinil de 45 rotações, cheio de grão e empenado, bem no fundo do último baú do sotão.
Surpresa, encontrei-a sem dificuldade!
Pode ser uma pepineira, mas para mim é uma relíquia!
O Porto em noite de S. João
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Tráfego...
Como imagino que não tenham vindo por causa do aniversário do casamento finado, só pode ter sido o Bob Marley a chamar este quase mundo inteiro!
É extraordinário o poder de certos ícones. Ainda bem que assim é, ainda bem que temos acesso a este admirável mundo novo.
domingo, 21 de junho de 2009
Miguel de Unamuno
Oye mi ruego Tú,
Dios que no existes, y en tu nada recoge estas mis quejas,
Tú que a los pobres hombres nunca dejas sin consuelo de engaño.
No resistes a nuestro ruego y nuestro anhelo vistes.
Cuando Tú de mi mente más te alejas, más recuerdo las plácidas consejas con que mi ama endulzóme noches tristes.
Qué grande eres, mi Dios!
Eres tan grande que no eres sino Idea;
es muy angosta la realidad por mucho que se expande para abarcarte.
Sufro yo a tu costa, Dios no existente, pues si Tú existieras existiría yo también de veras.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
E ela a dar-lhe...
Fenprof: “Trata-se de um atestado de incompetência do ministério a si mesmo”
19.06.2009 - 22h25 Romana Borja-Santos
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entende que as declarações de hoje da tutela sobre a avaliação docente revelam “um atestado de incapacidade e de incompetência do ministério a si mesmo”.“Eu penso que a senhora ministra está a brincar com o fogo”, avisa Mário Nogueira, que acusa Maria de Lurdes Rodrigues de ter enganado os professores, os deputados e os portugueses em geral ao não ter apresentado uma versão radicalmente nova da avaliação docente. “Eles não são capazes de fazer outra avaliação”, lamenta o sindicalista. E assegura: “Se eles mantiverem esta avaliação vão ter outra vez milhares de pessoas a descer a avenida da Liberdade em Setembro”, mesmo em plena campanha eleitoral porque, insiste, o protesto “já dura há demasiado tempo”.Maria de Lurdes Rodrigues admitiu hoje manter a versão simplificada do modelo de avaliação de desempenho docente por mais um ciclo avaliativo. Num despacho divulgado hoje, esta é uma das duas opções para o próximo ano lectivo sobre as quais a ministra pede parecer ao Conselho Científico para a Avaliação dos Professores. A outra é voltar ao modelo original, regulamentado em 2008, “com as alterações eventualmente consideradas necessárias, designadamente a respeitante à duração dos ciclos de avaliação”. O regime simplificado entrou em vigor em Janeiro passado em resposta aos protestos das escolas e docentes. O tempo de vigência que lhe foi apontado foi de um ano. No ano lectivo passado o modelo de avaliação tinha também sido substituído por uma versão simplificada que foi só aplicada aos professores contratados. O despacho da ministra surge na sequência da entrega, pelo CCAP, do seu relatório sobre o acompanhamento e a monitorização da avaliação de desempenho docente.
Daqui
Amigos
Só precisava de ajuda na tradução de cinco tipos: Manos, Monoselhas, Patys, Emos e Bombados. Será que algum dos meus leitores do Brasil me dá uma mãozinha?
Fábio Junior
Mas é bonito ( sou lamechas, já sei, paciência) e é ainda mais bonito se nos abstrairmos das questões de género. O Fábio quer uma mulher assim, mas nada impede um voz feminina de cantar a letra alterando o género...
O CÚMPLICE
Eu quero um homem que seja diferente
De todos que eu já tive, todos tão iguais
Que seja meu amigo, amante e confidente
O cúmplice de tudo que eu fizer a mais
No corpo tenha o sol, no coração a lua
Na pele cor de sonho, as formas da maçã
A fina transparência, a elegância nua
Um mágico fascínio, o cheiro das manhãs
Eu quero um homem de coloridos modos
Que morda os lábios sempre que for me abraçar
No seu falar provoque o silenciar de tudo
E o seu sorriso obrigue a me fazer sonhar
Que saiba recerber, que saiba ser benvindo
E possa dar jeitinho em tudo o que fizer
E que ao sorrir provoque uma covinha linda
De dia um menino, de noite um homem
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Aqui vai, numa versão original...
Este tema foi um pedido muito especial, de alguém ainda mais especial.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
Reunião de hoje no ME deixa tudo na mesma...
ME inflexível quanto a possível revisão dos aspectos essenciais da careira docente
O Ministério da Educação respondeu negativamente, na reunião hoje realizada, às propostas apresentadas pela FENPROF como condições indispensáveis para, no pouco mais de mês e meio útil para que se desenvolvam processos negociais, ter lugar uma verdadeira revisão do Estatuto da Carreira Docente e, eventualmente, retomado o clima de tranquilidade há muito perdido no sector da Educação
Para a FENPROF, essas condições passam por: suspensão, este ano, da avaliação de desempenho ou consideração, meramente estatística, dos seus resultados; substituição do actual modelo de avaliação e eliminação das quotas; garantia de eliminação da divisão da carreira em categorias, bem como da prova de ingresso na profissão; definição, negociada, do calendário escolar para o próximo ano, assim como das regras para elaboração dos horários dos docentes; reconhecimento dos direitos sindicais, designadamente da utilização, pelos docentes, sem qualquer constrangimento, das 15 horas anuais legalmente previstas
Chegou por mail
Não estiveram bem os derrotadíssimos oradores José Sócrates e Vital Moreira por lhes ter faltado uma palavra de agradecimento à ministra da educação. Tendo ela perdido os professores mas ganho a população, bem pode o PS agradecer-lhe os 26%. Que votação teria tido o partido do poder sem o contributo da ministra.
O arrogante, raivoso e neurótico “Deixem-me passar! Deixem-me passar!” da ministra, acompanhado por empurrões, é acima de tudo um sinal de má educação de uma pessoa que não se sabe comportar em democracia. Mas é também um sinal de tristeza de quem não vê reconhecido o seu ganho pelos seus pares. O que também é de uma grande má educação, reconheça-se.
Conclui-se, pois, que os professores prestam um mau serviço à democracia quando pedem a demissão da ministra, sobretudo tão perto das eleições. Gritemos agora “Deixem-na estar! Deixem-na estar!”. Pois ela consegue mais facilmente derrubar o governo (e a ela própria, claro está) do que os 140 mil professorzecos… esses ratos!
António Galrinho
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Facciosices... ( olha, inventei uma palavra!)
Dou um doce ( ou dois, sei lá, estou divertida e isso alarga-me as mãos) a quem me disser qual o preceito legal e de que diploma ele consta, que consagra a desobediência civil...
Conheço o Direito de Resistência , previsto no artº 21º da Constituição e o Direito de Acção Popular que podemos encontrar no artº 52º da mesma CRP, mas por mais Códigos que consulte não encontro lá essa coisa da desobediência e muito menos civil.
Que Martin Luther King e Gandhi são figuras inspiradoras nenhum de nós tem dúvidas. Que se apele pomposamente à desobediência civil para não cumprir um deverzito da treta, quando há outras formas de contestar o que lhe está por trás, se calhar é um bocado idiota; ou não?
Sejam responsáveis, bebam com moderação!
Amar
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca
Prémio Lemniscata
"O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores.
Resta-me, mais uma vez, a difícil tarefa de repassar este selo a 7 blogues considerados merecedores de receber este prémio", devendo eles proceder de igual modo.
Eis os "sacrificados"...
Ladrar à lua
Mails para a minha irmã
Infinito Pessoal
Tempo Contado
Outro Olhar
António Moreira da Silva
Escrever sem Lápis
Alcangosta...
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Filho de peixe...
Quem chega à cidade da Covilhã vindo de Sul, não pode deixar de ver esta coisa medonha que ameaça aquela fantástica paisagem.
A coisa é um projecto do pai do primeiro José Socrates, também ele dado a projectos de gosto duvidoso.
Aquilo que continua a fazer-me muita confusão é que, desde que há uma boa dúzia de anos adoptei esta cidade, sempre lá vi o mamarracho; tentei informar-me da razão pela qual a Câmara não o deita ao chão e, até hoje, nenhuma resposta. A aberração lá continua, a ameaçar quem chega. Se calhar tem algum valor estimativo...
terça-feira, 9 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Contabilidade
Apurados todos os votos a nível nacional, falta contabilizar os votos dos emigrantes, destaca-se a vitória do PSD.
Dos 9.604.744 eleitores inscritos, só 3.557.264 votaram, tendo a taxa de participação ficado nos 37.04%.
A lista social democrata recebeu 31.69% dos votos. Foram 1.127.128 portugueses os que elegeram os oito eurodeputados com que o partido levará para a Bélgica.
O PS - o derrotado da noite - elegeu os sete eurodeputados com 945.362 votos, obtendo uma percentagem de 26.58%.
O Bloco de Esquerda é outro dos vencedores da noite. A contagem dos votos feitos no estrangeiro não deverá impedir a eleição do terceiro eurodeputado, Rui Tavares. Ao todo, o partido teve 10.73% com 381.791 dos votos, tornando-se a terceira força política.
A CDU passou para quarto lugar, mas aguentou-se à esquerda com dois eurodeputados. A coligação entre PCP e Os Verdes teve 379.290 votos, ficando com uma percentagem de 10.66.
No fim da tabela, o CDS também manteve os dois lugares na Europa. O partido realizou 8.37% e 297.823 votos.
Laurinda Alves, do MEP, conquistou o sexto lugar embora não tenha conseguido ser eleita. O novo partido fez 52.924 votos, obtendo 1.49%.
Dentro dos outros partidos que não elegeram eurodeputados estão o PCTP/MRPP, que teve 43.077 votos (1.21%); o MPT com 23.380 votos (0.66%); o MMS com 21.647 votos (0.61%); o Partido Humanista com 16.952 votos (0.348%); o Partido Popular Monárquico com 13.775 votos (0.39%); o Partido Nacional Renovador com 13.029 votos (0.37%); o POUS com 5.095 votos (0.14%).
4.63% dos eleitores, 164.831 portugueses, votaram em branco. Dois por cento dos votos, 71.136, foram considerados nulos.
Daqui
domingo, 7 de junho de 2009
Os votos brancos duplicaram relativamente às últimas europeias.
sábado, 6 de junho de 2009
Faltam DUAS para as 5.000....
Total
4,998
Average Per Day
59
Average Per Visit
2.2
Last Hour
5
Today
13
This Week
415
Os meus 3 dedicados leitores andam a visitar-me muitas vezes. Agradeço a dedicação e deixo o apelo: Amanhã não deixem de ir votar, visitem a paisagem só depois das 20 horas...
Abstenção é indiferença...
Na minha opinião, sempre achei que quem não vota é porque não quer saber, porque está bem como está, porque quem está lá a fazer, está a fazer bem feito.
Abstenção legitíma!
Neste tempo de galope desenfreado, acreditou numa verdade que se imporá por si mesma, tanto melhor se algém lhe for abrindo caminho. E viu na revolução a oportuna ocasião de gritar contra a injustiça e a mentira, como se tais coisas, em absoluto, existissem, a ocasião de chamar a terreiro os poderosos, e vê-los assim, rídiculos e frágeis, sem peitorais de alfaiate, assustados, de calças na mão, como qualquer um. Gaspar ainda não descobriu que neste mundo só há injustiça quando uma vítima dela tem consciência. E que o poder só mente quando os discursos esbarram no riso geral e provocam o desprezo do povo. Afora isso, o poder exerce-se, e legitima-se a si mesmo, e ninguém se pode queixar dele. A injustiça e a mentira, referendadas pelo silêncio geral, transformam-se em ideologia e em catecismo, são a legalidade.
Jorge Carvalheira, "As aves levantam contra o vento", edições quasi
quinta-feira, 4 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
O sabujo
O sabujo não tem género, há-os fêmeas, há-os machos, há-os assim assim e há-os que nem por isso. Também não tem condição social específica, nem religião distintiva. Tem apenas um traço sublinhado, é mentecapto.
O sabujo é bom no bailarico e dança qualquer música. É sempre velhaco mas muito risonho.
Verdadeiro artista em dar de si a imagem de um grande trabalhador e de criatura de princípios, o sabujo é irrequieto, parece sempre muito atarefado.
Às Segundas, Terças e Quartas o sabujo é adepto do amarelo; às Quintas, Sextas e Sábados é adepto do azul; aos Domingos de manhã o sabujo diz mal do amarelo junto do azul e aos Domingos à tarde, diz mal do azul ao ouvido do amarelo.
Costuma ser bom a insinuar-se, rápido a demarcar-se, exímio a esquecer-se e exemplar a bufar.
Vivaço, finge sempre que ganha e que a razão é seu apanágio.
Tempos houve, já saudosos, em que o sabujo só tinha expressão local; com o advento da tecnologia o sabujo expandiu-se e é possível encontrá-lo por todo o lado, tropeçar no seu excremento e levar com o seu mau cheiro, mesmo que se tentem evitar os locais que frequenta.
A boa notícia é que o sabujo tem duração limitada, o prazo de validade é curto e, quando começa a feder muito, nem os seus indefectíveis o aguentam.
Enfim, deixemo-lo ir vivendo que somos gente tolerante.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Olhando o mar, sonho sem ter de quê
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.
Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
Fernando Pessoa
Do olhar do Miguel
Agrada-me, uma vez mais, o ponto de onde o Miguel vê o que tem de ser visto!
Aqui